11 de outubro de 2011

Educação de filhos em casa






Posted on 17 August 2011
Dizem que o modo pelo qual as crianças aprendem se dá por meio da imitação, que seus grandes modelos somos nós os adultos. Se isso realmente for uma verdade o que será que nós estamos ensinando as nossas crianças? Será que estamos de fato agregando-lhes algum valor ou ensinamento?
Diante de tantos apelos educacionais aos quais somos impostos hoje, me pergunto qual seria o modelo mais adequado?
Sabemos que dispor-se a educação não é tarefa fácil. Podemos ficar limitados à autoridade que devemos exercer e esquecer que a compreensão também gera aprendizado. Podemos tentar chegar mais próximo e ser amigo e talvez as rédeas fiquem soltas, e ai, o que era tolerância vira falta de limites.
Se ensinarmos as crianças a serem extremamente fortes, estaremos estimulando a arrogância; se os protegemos demasiadamente estaremos quase que de forma automática lhes dizendo: “sejam irresponsáveis”. A vida real vem nos mostrando o quanto esses dois pólos distantes podem criar pessoas imaturas, inseguras e prepotentes.
Um exemplo disso pode ser observado através do bullying, que cada vez mais se torna uma prática constante entre os jovens, uma vez que esses atos espelham essa falta de direção na educação das crianças. Isso reflete em ações de jovens assustados que tem que se auto-afirmarem a qualquer preço, de qualquer forma e principalmente em lugares públicos para que seus atos ganhem mais visibilidade. Devemos admitir também que ultimamente qualquer coisa se trata de bullying até mesmo uma frase despretensiosa.
Temos ainda as mudanças que vem ocorrendo dentro das famílias, as separações, novas uniões, novos valores que as crianças tem que se adaptar e assimilar. Especialistas em educação infantil sempre comentam sobre o divórcio, sobre os pais que tem que sair para trabalhar e apontam isso como um dos fatores responsáveis na educação das crianças, mas acho que falar desses assuntos de maneira rápida não seria a maneira mais justa, porque acredito que o sentindo de família-educadora ultrapasse esses limites, já que construir um senso de família vai muito além.
Acredito que o sentido, a responsabilidade da família é de “fabricar” pessoas, e isso é um processo lento, manual, beirando o trabalho artesanal, e – a boa educação é aquela que nasce daqueles que sabem sentar e conversar, porque para educar tem que ser educado. Entre berros, agressões físicas  e verbais nada pode evoluir. Ninguém pode esperar um bom resultado daquilo que não fez corretamente na hora adequada.
Com isso concordo com Barbirato, escritor do livro a Mente de seu Filho, quando este disse que o convívio perdido à mesa é algo irreparável. Recordo quando éramos crianças meus irmãos e eu ficávamos torcendo para que a energia acabasse, e quando isso acontecia minha mãe preparava um bule de chá com torradas para esperar meu pai chegar do trabalho – e, era ali na mesa a luz de velas que todos nós brincávamos de fazer mímicas e desfrutávamos um da companhia do outro.
Naquele ambiente nada sofisticado confidências eram feitas, diversos temas eram discutidos,  broncas eram aplicadas, valores foram passados e o mais importante: os medos do dia a dia ficavam para trás ao som das intermináveis gargalhadas.
Tive e tenho sorte de poder receber grande parte de minha educação em volta de uma mesa, não somente aos domingos, mas sim nos momentos necessários com aqueles que amo e que não deixam que a indiferença se torne um vício no nosso relacionamento familiar.
 Por Raquel Cristina Romera

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